Quem iria imaginar uma pandemia com a relevância alcançada pela COVID-19? Quem estava apto para se defrontar com as complicações ocasionadas
pelo distanciamento e isolamento social. Fomos pegos de surpresa!
Diversos setores foram obrigados a imediatas adaptações, procurando formas de debelarem a angustiante situação instalada em todo o Planeta. A Educação não encontrou caminhos para fugir dos desafios em que o despreparo de toda a comunidade escolar, diante de um cenário em que a tecnologia passou praticamente a ser a única solução para o processo de aprendizagem, com o agravante da enorme desigualdade entre os sistemas públicos e privados da educação, quando muitos estudantes das instituições públicas, sequer, têm acesso à internet, acentuando a perda de vínculo e de abandono das atividades escolares.
Professores que não tinham formação e prática para o ensino à distância, tiveram que enfrentar batalhas diárias com a preparação das aulas remotas e criação de novas dinâmicas interativas com os alunos, novas formas de comunicação com familiares e o domínio das tecnologias oferecidas através de plataformas.
Os alunos se depararam com as novas rotinas de estudos em casa e, sem maturidade para assumirem uma autonomia implícita no ensino virtual, encontraram nas famílias o necessário acompanhamento às novas práticas.
Pais e mães perceberam a necessidade em estarem mais próximos e inteirados do material didático, das metodologias adotadas e dos costumes rotineiros dos filhos, levando muitas vezes aos desgastes relacionais com a sobrecarga da nova demanda, além dos afazeres do lar e das obrigações profissionais.
As tecnologias educacionais passaram a ser a principal solução para a imprevisível situação e de maior capacidade de inovação na maneira de ensinar. O ensino nunca mais voltará a ser o que era antes. O distanciamento
social e a suspensão das aulas presenciais nos impuseram aos muitos novos hábitos e com a paralisação forçada, profissionais da educação procuraram a ressignificação e renovação das formas de ensino.
Por não ser considerada uma atividade econômica, o setor educacional fugiu aos planos de reaberturas decretadas pelas autoridades governamentais, ao contrário de outros segmentos, deixando o retorno presencial nas escolas
procrastinados sob uma gama de justificativas que se tornaram polêmicas e inconsistentes.
Em meio à pandemia, a educação tornou-se alvo dos desmandos de autoridades ministeriais envolvidas em escândalos políticos, abandonando necessárias providências para reais e urgentes soluções que viessem atender
ao contexto emergencial, deixando tais deliberações à mercê dos indecisos decretos, portarias e pareceres que conturbaram o processo educacional, atribuindo às escolas a continuidade precária e incerta na missão árdua de
acautelar o processo de ensino circunstancial.
Torna-se absolutamente inequívoco que em 2021, as escolas terão que reorganizar currículos para que as aprendizagens sejam recuperadas devendo se cercarem dos cuidados sanitários necessários para retomarem o ensino
híbrido, com significativos investimentos, considerando a continuidade das atividades remotas em suas dimensões de necessidade.
Devemos encarar 2021 como o grande momento para repensar e reconstruir caminhos mais consistentes, garantindo um processo educacional mais elaborado, com melhores possibilidades de acesso às tecnologias e com grandes perspectivas para tornar as escolas um ambiente mais eficiente e inclusivo.
Que Deus nos proteja!
Professor Reinaldo Simões
Educador e Psicólogo