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Acertos e desconsertos na pandemia

Durante todo o período pandêmico, dificuldades imensas diante dos obstáculos enfrentados pela nossa população atropelaram o “modus vivendi” de nossa sociedade e em mais de um ano de sofrimentos e perdas significativas, continuamos nos defrontando selvagemente com os males provocados pela pandemia e assistindo aos descasos do mal comportamento social, com as acintosas aglomerações que se arrastaram desde o período eleitoral, festas de fim de ano, férias de janeiro e carnaval, em que a negligência, a imprudência e a falta do bom senso levam a números cada vez maiores de vítimas, quando assistimos os próprios governantes provocando e estimulando a descrença nos efeitos devastadores causados pela disseminação do vírus, principalmente agora, com as novas cepas ou variantes mais contagiosas, vivemos uma situação de pavor  aos nos depararmos atualmente com o colapso no sistema de saúde de todo o país, e o ritmo de mortes diárias.

Pessoas foram impactadas, setores de serviços, comércio, turismo, escritórios, pequenos negócios fecharam suas portas, adaptações ocorreram e repentinamente, novas formas de trabalho com o uso da tecnologia, novos hábitos foram forçadamente criados para garantir a continuidade produtiva de muitos setores, embora o desemprego que por razões diversas, forçou toda uma sociedade sofrida e desiludida a procurar escassos meios de sobrevivência, com trabalhos alternativos e informais.

Famílias mudaram seus hábitos domésticos, e sociais, criando novas maneiras de contatos e das tradicionais reuniões festivas e das rotinas caseiras e as tecnologias vieram para ficar, tornando-se ferramenta fundamental para a solução e garantia de resultados satisfatórios.  A exemplo, lojas passaram a se valer das vendas on-line e o empreendedorismo passou a ser mais valorizado e visto como alternativa, abrindo caminhos que renovam esperanças de recuperação e retomada de uma vida “normal”.

A saúde mental passou a ser palco de grandes preocupações e cuidados com as sequelas provocadas pelo isolamento social, visto que processos de ansiedade e pânico atingiram não só crianças e jovens, como também os adultos, diante das condições socioeconômicas  das iniquidades em saúde, provocaram um novo estilo de vida sofrida pelo sedentarismo, má dieta, uso de álcool, tabagismo e solidão, comportamentos que exigem um grande desafio para as próprias pessoas afetadas, familiares e profissionais da saúde.

A educação jamais será a mesma.  Com o ensino virtual, o modo híbrido tomou corpo e se instalou definitivamente no meio educacional, através de plataformas de ensino e inúmeras ferramentas oferecidas pelo mercado da informática. Uma das principais vantagens do ensino híbrido é permitir que o estudante tenha flexibilidade de horário e ambiente para estudar, sem que perca o contato com professores e colegas de sala. Estando em sala (ensino presencial), o aluno atende às atividades propostas pelos professores e, com isso, vive a disciplina e o relacionamento interpessoal através da interação com os demais. Hoje, já é totalmente possível levar todos esses elementos fundamentais para a sala virtual também.

O que ouvimos chamar de “novo normal” nos parece uma vontade de recomeço, de renovação, levando a sociedade a repensar seus propósitos em todas as dimensões, mudando para uma realidade mais consciente, mais focada no essencial, em conceitos mais simples, diretos, mais humanísticos e solidários.

É preciso a urgente tomada de consciência da nossa sociedade para que, em breve,  tenhamos a volta da normalidade em nossas vidas, acreditando nos estudos científicos, seguindo os protocolos sanitários estabelecidos pelas autoridades, evitando conturbar a ordem com a mixórdia de ideais políticos.

E que Deus nos acuda!

 

 

Prof. Reinaldo Simões