João Trindade – Advogado
Em geral, inventários geram briga entre os herdeiros. O de Pelé, pelo que foi divulgado na imprensa, começou bem, nesse aspecto, uma vez que a viúva do atleta, Márcia Aoki, apesar de, por lei, ter direito a ser a inventariante, resolveu abrir mão de tal prerrogativa e o nomeado deve ser Edinho, ex-goleiro e um dos filhos do jogador.
Edinho até que “ensaiou” uma disputa, assim que o inventário foi aberto, requerendo, oficialmente, para assumir a missão, alegando estar na posse e na administração dos bens do inventariado.
A juíza Suzana Pereira da Silva, da 2ª Vara de Família e Sucessões de Santos, no entanto, negou o pedido, por ser a viúva a primeira na ordem de nomeação e determinou que Márcia se manifestasse acerca de ter, ou não, interesse em ser inventariante. A viúva, entretanto, apresentou petição, afirmando que iria aceitar o pedido de Edinho, para evitar desavenças na família.
Os demais filhos de Pelé não se opuseram ao pedido do ex-goleiro.
Márcia e Pelé se casaram em julho de 2016. O ex-jogador já tinha, na época do casamento, 75 anos e a lei obriga as pessoas que têm mais de 70 anos a se casarem pelo regime de separação de bens. A viúva não teria, portanto, direito à herança, mas o jogador optou por fazer testamento e deixou 30% para ela.